16/05/09

As desilusões

Não sou vazia, desprovida de sentimentos, não sei ter conversas de treta, quase nunca consigo falar sobre nada. Não sou uma pessoa fácil de aturar por vezes, segundo consta tenho mau feitio. Tenho consciência, não sou uma maria-vai-com-as-outras, não sou fácil à primeira, ponto final.
Sou intrincada, labiríntica, complexa, às vezes irrito-me comigo própria por complicar demais, pensar demais, mas afinal a cabeça serve para algo, ou não? É a minha carapaça, preciso dela para viver, foi construída desde muito cedo, a ferro e fogo que a vida não tem sido doce comigo por motivos que não interessam para aqui. No entanto sou genuína, leal, sincera, frontal e mais amiga do meu amigo que o melhor cão de guarda. Por isso me custam certas atitudes, ou a falta delas, muitas vezes as pessoas não me correspondem. Culpa minha, sei bem disso, ninguém me manda esperar nada de alguém, mas sou assim, está-me no DNA, não consigo fugir a isto por mais que tente, por mais que a vida me teime em dizer que sou parva, que as pessoas não são assim, por mais que me magoem uma e outra vez, não consigo. Tenho entranhada na pele esta mania de esperar dos outros na medida em que dou ou estou disposta a dar.
E por isso não compreendo pessoas egoístas, que não aceitam ideias diferentes das suas, que não respeitam opiniões e que não sabem que não temos de estar com elas para estar contra elas...

2 comentários:

Anita disse...

Bem vinda ao clube das parvas que dão tudo e que o que recebem de volta poucas vezes correspondem às expectativas...
Mas ao menos estamos de consciência tranquila:) Beijinhos

Vento Escondido disse...

Tsc tsc ... vocês apenas confundem ilusão com realidade.
O que somos é uma certeza ... certamente que mutável ... mas o que esperamos dos outros nunca o pode ser.

São essas ilusões que trazem desilusões à vida.